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AMOR DE TITIO


Os dias estão passando, e cada um deles vividos de acordo com nossas realidades, sempre com surpresas, ricas em expressões, digo sobre as marcas nos rostinho dos pequenos herdeiros, que rapidamente crescem e seguem cheios de graça e inovações. Eu queria poder tê-los todos aqui ao meu ladinho, participar das suas vidas com mais intensidade, como pude participar da vida do Murillo, quem o conhece sabe do que estou falando. Sabendo que isso não é possível, até porque o Guilherme tem uma agenda complicada aqui na cidade, que por vezes não “bate” com a minha, embora com mais constância estejamos promovendo alguns encontros; a Alicia anda viajando bastante, trabalhando duro e fazendo lira pelo interior do Estado de São Paulo e Minas Gerais; e por fim a Kailah tem seus compromissos na América do Norte e isso estabelece uma relação distante entre nós, mas, por meio de imagens eu tenho participação, quase efetiva, nas suas atividades, já que sua mãe tira ao menos dez fotos diárias durante a semana, e aos finais de semana esse número pode chegar a cinquenta. Quando veio o Murillo, denominado como o 1º herdeiro, todos ficamos felizes, mas, de fato, o nascedouro deste guerreiro foi, e ainda é, uma grande e intensa experiência para todos nós. Ele chegou abrilhantando os nossos dias, o início foi difícil, internado por cerca de sete dias para o controle da icterícia (acumulação de bilirrubina no organismo), ele voltou pra casa feliz e um pouquinho "amarelinho" ainda, teve alguns efeitos desfavoráveis, que não merecem aqui ser relatados, já que ele está “bem, obrigado”, até porque nossa história será contata em outros versos ao longo da vida. Então, aos trinta e três anos da vida da minha irmã, a mais velha da escala da “quadrilha” formada por papai, tivemos a feliz notícia de que Alicia estava à caminho deste mundão. Ela veio linda, gorda, abusada, exuberante, e certamente, inteligente! Certa vez ela me apareceu toda na pintura (maquiagem da tia dela toda borrada no rosto) com saltos (tabém da tia dela) e vestida com um biquini por cima da roupa (rs). Ela é a responsável por me fazer pensar certo sábado à noite, pela seguinte situação e frase marcante, “-Tio Predo, que se tá fazendu? “-Estou trabalhando Alicia.” Então, dispara, aos seus bem vividos três anos de histórias, “Pensu eu, qui vucê podia dexar issu ai pá’manhã”. Silêncio e risos! Certa parte da nossa história familiar, chega a esfera terrestre, “El Bailante Brasileño”, Guilherme, este sim, tranqüilo, sereno e chorão. Em que pese esse fardo em seu desfavor, de menino chorão, facilmente compensado é, com sua energia e desprendimento para dançar os maiores sucessos do momento. Este seu velho-novo titio, desconhecedor dos sucessos, inicia uma aproximação para conseguir alguns sorrisos, então a genitora lhe garante que bem sucedida se dará a missão de titio com a mostra do, sucesso entre os jovens atualizados, funkejo (mistura lógica né minha gente). Pra minha surpresa, quando inicia a bela música, com frases típicas do modelo musical como, Sou fod..., sou sinistro, avassalador e por aí vai. Enfim, o mais importante, é que quando este cara escuta os tais “funkejos” ele fica louco, ele dança, remexe todo aquele  corpinho branco, que mais parece uma caixinha de leite em pacote, de forma tão inocente, que quando souber o que significa toda a “obra”, espero, ansiosamente, sua irresignação. Por fim, e não menos importante, mas, é nossa cadeia natural, veio para colorir com toda sua graça e simpatia, Kailah, que em seu nome, literalmente, traz  a elegância. Detentora de uma energia incomensurável,  e de um closet invejável, a princesa das praias da Califórnia, utiliza “looks” diversos para “causar” no convívio social norte-americano. Sua última aparição, foi com chapéu de malandro cubano, blusinha rosa e calça rosa com bolinhas brancas (podem conferir no meu facebook, foto postada dia 02.10.2011)., essa menina realmente ainda vai brilhar como grande estilista (olha eu definindo pelo dom da mãe o futuro da filha). Bom, isso tudo é pra falar do sentimento de ser titio, escutar essa galerinha toda falando isso (o Gui e Kai ainda não falam, mas chegarão lá!), é (e ainda será) no mínimo recompensador. Portanto, ser tio é maravilhoso, afinal, você pode ser papai ou mamãe quando quiser, pode brincar na hora que quiser, não tem obrigações (é! fora o coco né! porque sempre te mandam uma pegadinha, ainda mais se for hábil no negócio), você sempre fica com todas as partes boas. Desfrutamos de sorrisos intensos, porque nós “titios”, podemos acostumar mal as crianças, não temos responsabilidade quanto à isso. Bem sabendo que futuramente podemos ser espelho para os que tiverem mais afinidade conosco, temos que ter no mínimo uma boa conduta. Mas, esse papo é chato, quero falar do que podemos fazer sem dor na consciência, e ainda, gerar muitos e muitos sorrisos. Gente, nós podemos dar o que eles quiserem pra comer e comer junto as porcarias, mostrar qualquer coisa, por mais idiota que pareça, pra eles darem risadas e eles darão risadas gostosas (tipo o Patati e Patatá sabe?), ver o Rei Leão trezentas vezes, pra ver o macaquinho levantar o cajado ou cantar “hakuna matata”, dançar igual idiotas qualquer música ou ritmo, sem poder sr julgado (rs), correr no meio da praça pra tentar levantar a pipa e ninguém vai falar, olha aquele gordinho correndo com a pipa naquela idade, jogar vídeo-game o tempo que quiser e usar eles como pretexto,  e o melhor, usá-los para pagar de “tiozão bacana” e assim chamar atenção das mulheres que vão e vêm; e isso todo sem os pais deles verem e todo mundo achar engraçado ou “bunitinho”. Ter sobrinho é o máximo, é como você ter um monte de filhos (lógico que não se iguala ao sentimento de ser pai ou mãe imagino eu), e poder agradar todos de uma vez só, ou em parcelas, de acordo com as visitas! E, ainda, o melhor não é ser tio, é ser chamado de “titio” por aquela "coisinha" pequeninha bem ali na sua frente. Ser tio é ser presenteado com a alegria alheia e tomar aquilo como se fosse seu. E sorrir à toa, é ficar todo bobo igual o pai, mas não precisar levar bronca porque esqueceu a bolsa com os “suprimentos”, é como você poder sentir-se pai, e, principalmente, quando aquela figurinha carismática que te seduz a cada encontro, te dá tchau com aquela mãozinha gorda, e você sente que se vai uma parte ti pra longe...queria eu poder estar com todos, e assim, não dar conta de gerir todos os sorrisos conquistados.


Pedro Manoel com saudades da Alícia e Kailah, e se alimentando do amor dos meninos, Guilherme e Murillo. (ao som do mais puro silêncio do soninho do Murilo).

Comentários

  1. Não posso deixar esse comentário escapar Titio Pebo..agora eu em preparação definitiva pra receber essa graça, aproveito a oportunidade compartilhando essa leitura muito bem vinda!
    Abraços Timoneiro!Emanuel.

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  2. Obrigado titio por fazer parte da minha historia...
    Um grande abraco

    Guilherme Cogrossi da Silva rssss

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